Sua fonte brasileira sobre a artista Lizzo.

Biografia

Melissa Vivianne Jefferson, conhecida artisticamente como Lizzo, deu seus primeiros passos na música aprendendo a tocar flauta numa banda de classe de sua escola entre sua quinta e sexta série. Durante o resto do seu período escolar, Lizzo aprimorou suas habilidades com a flauta até o seu oitavo ano, onde, neste período, juntou-se a uma banda marcial. Segundo a cantora ela aprendeu a tocar flauta primeiro reproduzindo as músicas que escutava e só depois aprendeu a ler as notas musicais propriamente. Assim que ela começou a ter aulas particulares, seus professores ficaram espantados com a técnica que ela já tinha.

Eu aprendi ao contrário, quando cheguei nas minhas aulas práticas todos ficaram espantados com a técnica que eu já tinha, então eu tive que aprender a tocar as notas do jeito básico.

Lizzo era sempre a primeira da classe que sentava na frente, vestia-se a caráter sempre participava de eventos musicais, era conhecida por tocar flauta e voluntariamente participar de projetos musicais. Nessa época seu sonho era se tornar uma flautista clássica profissional, mas não solo e sim como parte de algum grupo sinfônico.

Após se formar na escola, Lizzo sentiu-se muito perdida na faculdade e acabou abandonando na época (Universidade Pública de Houston). Foi uma época em que ela sentia-se dividida e tinha que escolher entre ser uma flautista e levar uma outra vida totalmente diferente onde saia com amigos, fazia rodas de rap, e ao mesmo tempo acordar cedo, ir a reuniões de bandas marciais… ela vivia um estilo de vida agitado e transicionando entre diferentes áreas. Neste meio tempo sua família entrava em colapso, seu pai adoeceu e sua mãe mudou-se de cidade a trabalho pois tinha que manter os filhos e cuidar do marido doente. Lizzo não teve o apoio que deveria nessa época, ela largou a música e desapareceu do seu ciclo social. A rapper afirma que quando ela se distanciou das pessoas, música, e toda sua vida em Houston ela simplesmente despareceu do mundo real.

Quando seus pais se mudaram pra Denver, Lizzo continuou em Houston dormindo de favor em casas de amigos e foi nessa mesma época que ela morou em seu carro, um Saburu 1999 por 6 meses.

Esse carro foi a minha casa por alguns meses. Lembro que eu passei um dia de Ação de Graças nele e chorei a noite toda até dormir.

Lizzo passou mais ou menos 3 meses com sua mãe na cidade de Aurora no Colorado e foi lá que ela se descobriu cantora. Durante seu tempo fora, Lizzo fez uma autoanálise e aproveitou desse tempo para se redescobrir, foi neste distanciamento que ela “do nada” decidiu virar cantora.

Foi repentino, eu nunca havia cantado antes uma vez sequer, nunca cantei em coral de Igreja nem nada. Eu só era flautista e rapper. Decidi começar a cantar literalmente do nada. Todas as noites eu cantava as músicas do álbum B’Day da Beyoncé por conta própria. Eu simplesmente saía de casa por volta das 22:00h e começava a cantar as músicas da Beyoncé com fones de ouvido enquanto caminhava. Eu te digo que não era bom… tinha notas que hoje eu alcanço mas na época era horrível. Eu era doida, mas era isso que eu queria fazer, queria voltar pra Houston e ser uma cantora.

Quando voltou à Houston em 2008, Lizzo começou a se juntar a grupos musicais. Ela encontrou um grupo numa lista de anúncios online da Craigslist. Foi nessa época que ela começou a construir a confiança que tem hoje.

Quando me juntei a esses grupos eu testava muito a minha voz e até onde eu poderia ir, essa foi a época que eu gritava demais. Então essa voz aveludada que vocês escutam hoje, passou por muita gritaria no passado.

Lizzo ficava muito nervosa antes de se apresentar, então ela tinha uma técnica de ficar bêbada de Whisky antes de subir aos palcos.

Durante sua adolescência Lizzo era insegura com sua própria imagem no geral. Seu corpo, cabelo, sorriso, sua personalidade – por ser “nerd” e “geek”, o jeito como ela falava, sua voz… Um compilado de inseguranças que se desconstruíram ao longo de muitos anos. Segundo a cantora, foram anos e mais anos de inseguranças e várias camadas de comentários e situações que causavam gatilhos diferentes.

Lizzo perdurou com seu grupo até 2011, quando eles se separaram e Lizzo mudou-se para Minneapolis, Minnesota. Foi lá onde ela conseguiu um grande empurrão do cantor Prince, que co-assinou uma música dela.

Prince foi a primeira pessoa que me fez sentir validade como artista. E eu fui paga, meu primeiro pagamento da vida! Com o dinheiro consegui pagar três meses do meu aluguel e investi em um notebook. Eu não vivia loucamente, tenho orgulho dos meus investimentos!

Lizzo foi membra e co-fundadora de diversos grupos indie e hip-hop como Lizzo & the Larva Ink, Ellypseas, The Chalice, The Clerb, Grrrl Prty e Absynthe. Com 14 anos criou um grupo musical com seus amigos chamado Cornrow Clique.

LINHA DO TEMPO

Lizzo nasceu em Detroit (Michigan), aos 10 anos de idade mudou-se para Hoston (Texas) e aos 23 anos – em 2011 – mudou-se para Minneapolis (Minnesota). Formou-se na escola Alief Elsik High School e largou a faculdade que iria cursar na University of Houston.

O nome Lizzo é uma variante de Lissa (Melissa) combinado com o título de uma canção do Jay-Z, Izzo (H.O.V.A.).

 

Em Minneapolis Lizzo fez parte de um dueto eletro-pop intitulado Lizzo & The Larva Ink com seu amigo Johnny Lewis.

Lizzo & The Larva Ink na verdade é essencialmente de Johnny Lewis, o amigo de um amigo que eu conheci enquanto trabalhava no Cirque Du Soleil em Denver. Ele era um artista eletrônico em busca de um vocalista, eu era uma cantora comprometida com minha banda de Rock em Houston. Nós não começamos a trabalhar juntos de início. Foi um ano depois no meio de 2010, quando John começou a me enviar batidas via e-mail, e a gente entrava online por Skype e fazia umas músicas. Quando eu terminei com a minha banda em 2011, me mudei pra Denver por um tempo pra ter um pouco de espaço e nós começamos a criar as músicas que vocês escutam hoje em dia. Foi aí que eu descobri que nós nos tornaríamos algo. – Lizzo em 2012 para o MPLS.TV

Eles lançaram um álbum em 2012 chamado Due Process & Product.

 

Em 2012 Lizzo participou do trio The Chalice com sua melhor amiga – e atual DJ – Sophia Eris e outra amiga La Manchita (Claire Monesterio)

O The Chalice foi na verdade uma ideia inicial de uma mixtape que tive quando conheci La Manchita. Nossas energias numa música se completaram tão bem que eu queria uma mixtape inteira sobre isso. Eu também comecei a trabalhar com outras artistas mulheres poderosas da indústria, e se tornou claro que não era somente uma mixtape. Todas nós nos dedicamos a nos juntar e performar juntas. mas não como um “grupo de garotas” e sim como um grupo que traria uma virada de jogo no cenário musical. O que eu amo em poder criar música para o The Chalice é que eu posso ser uma mulher. Posso exibir minha feminilidade, meu lado glamouroso e ser sexy. Mas também representar as mulheres numa escala maior. – Lizzo em 2012 para o MPLS.TV

Lizzo já havia sido apadrinhada por Prince que deu uma oportunidade pra que ela e seu grupo pudessem fazer parte de uma faixa de seu novo álbum na época. A faixa intitulada Boy Trouble do álbum Plectrumelectrum.

O EP do trio chamado We Are The Chalice lançado em 2012 fez sucesso nas redondezas e até hoje encontra-se disponível online no Soundcloud pra quem quiser ouvir.

Em 2013, Lizzo, que já havia saído de seus grupos, deu o ponta-pé inicial para sua carreira solo lançando seu primeiro álbum de estúdio Lizzobangers em 15 de outubro. O álbum num todo reflete todos os seus anos na cena indie underground e hip-hop em Minneapolis. O álbum foi produzido por Lazerbeak, um produtor de Minneapolis membro da Doomtree, um grupo de produtores independente do cenário indie e hip-hop local. O álbum foi lançado em nome da gravadora independente TGNP (Totally Gross National Product). Em 2014 o álbum foi re-lançado em nome da Virgin Records. Em 2019 Lizzo quis reformular sua marca fazendo com que seu EP de 2016 Coconut Oil (lançado em nome da Atlantic Records) fosse seu primeiro lançamento oficial, então ela removeu o Lizzobangers de todas as plataformas digitais, mas em 21 de fevereiro de 2020 o álbum retornou as plataformas.

Na crítica especializada o álbum levou 85 no Metacritic por 100 reviews de cíticos mainstream. O The Guardian deu 4 de 5 estrelas afirmando: “É um álbum alegremente sem sentindo, suas rimas são significativas e muito conscientes.

Em 2015 Lizzo surgiu com uma nova proposta em sua música. O que antes era um indie/hip-hop, agora tornou-se mais eclético com uma lista de músicas puxadas mais pro R&B clássico e contemporâneo.

Este foi o álbum que deu notoriedade a Lizzo e a garantiu um encontro com o pessoal da Atlantic Records que firmou contrato com a cantora. Dessa vez o álbum foi lançado independentemente em nome da própria gravadora da Lizzo, a BGSW em dezembro de 2015. O álbum recebeu novamente críticas positivas contando com 79 no Metacritic baseado em 10 reviews do público especializado e novamente recebendo 4 de 5 estrelas do The Guardian.

Um ano antes, em 2014, Lizzo participou de um projeto do StyleLikeU chamado “A Verdade sobre a Autoaceitação” onde a cantora removia suas roupas enquanto falava sobre suas inseguranças. Esse momento foi muito especial e a motivou a compor a canção “My Skin” (Minha pele), lançada como single do álbum Big GRRRL Small World, no que ela diz ser um testemunho do seu álbum.

Um trecho da música onde ela diz “I woke up in this” é uma referência a “I woke up like this”, trecho da música Flawless da Beyoncé.

Em 7 de outubro de 2016, Lizzo lançava seu primeiro Extended Play (EP) Coconut Oil em nome de uma gravadora grande, Atlantic Records. A cantora co-escreveu todas as músicas do EP, e o mesmo contou com a colaboração dos produtores Rick Reed, Jesse Shatkin, Dubbel Dutch e Christian Rich. Este foi o primeiro lançamento da Lizzo a chartear na Billboard. Estreou em #44 na Billboard Top R&B/Hip-Hop Albums, sendo que, dois anos depois, com o grande sucesso de Truth Hurts e por consequência Good As Hell (single do EP), o EP voltou a chartear na Billboard mas agora, na Billboard 200 conquistando o pico de #31. Coconut Oil contou com três singles, Good As Hell, Phone e Scuse Me, onde Good As Hell foi apresentado como parte da trilha sonora do filme Um Salão do Barulho 3.

Na crítica especializada o EP recebeu nota 6.1 de 10 do Pitchfork e foi dito como “melhor visto como um EP sério e com intenções e declarações específicas e concisas.” Rolling Stone também deixou o EP em décimo sexto lugar na lista de Top 20 Álbuns de Pop de 2016.

Good As Hell foi a segunda música que escrevi com Ricky Reed – a primeira foi Worship – então ele tocou um verso de piano pra mim e perguntou como eu me sentia, eu respondi que me sentia bem pra caramba. Eu não era cantora até gravar essa música, e ela foi a primeira que gravei em Los Angeles. Eu cantava alguns versos das minhas músicas mas não passava disso. Até que quando cheguei no estúdio Ricky perguntou se eu sabia cantar, falei que sim, então comecei a cantar e gritar e lá eu encontrei minha voz.

Já a música Phone foi composta em 10 minutos.

A pessoa que produziu essa música, também produziu Chandelier da Sia, e o compositor que trabalhou comigo naquele dia escreveu Halo da Beyoncé. Estávamos no estúdio e eu não conseguia encontrar meu celular, então comecei a cantarolar “where the fuck my phone, where the fuck my phone…” e o produtor me perguntou se isso era uma música, eu respondi que não e no mesmo momento ele disse “vamos parar essa música aqui e compor essa aí.”

Em junho de 2017, Lizzo que já estava contratada pela Atlantic Records, embarcou em sua turnê Good As Hell Tour passando por 11 cidades estadunidenses.

TRUTH HURTS

Esta canção foi um divisor de águas na carreira da Lizzo. Em 19 de setembro de 2017 Truth Hurts era lançado em todas as plataformas. Composta por Lizzo, Rick Reed, Jesse Saint John e Steve Cheung a música se trata sobre um ex namorado dela de Detroit.

Eu recebi uma mensagem de voz do meu namorado na época dizendo que ele não queria mais me ver, não queria mais falar comigo e que tinha voltado pra ex namorada. Eu sonhei que ele tinha me mandado essa mensagem de voz e três dias depois ele me mandou. Cheguei no estúdio chorando, me perguntaram o que eu queria compor e respondi que nem tinha cabeça pra nada naquele dia. Eu comecei a falar sobre o caso, coloquei tudo pra fora enquanto me arrumava e o produtor estava lá na sala escrevendo tudo o que eu dizia e foi assim que a música surgiu.

Assim que Truth Hurts foi lançada, demorou uns bons 2 anos pra surtir efeito. Chamado de sleeper hit, a canção começou a ter notoriedade após, em 2019, usuários da plataforma do TikTok começarem gravar vídeos usando a música. Truth Hurts também apareceu em uma cena do filme da Netflix “Alguém Especial” (Someone Great) onde Gina Rodriguez aparece fazendo uma dancinha com a música.

Após o grande boom, a canção começou a chartear nas principais paradas americanas. Em 18 de maio de 2019 a música estreou em #50 na Billboard Hot 100 e em 19 de setembro alcançou o #1 e perdurou por 7 semanas, sendo 6 consecutivas. Em sua quarta semana charteando, tornou-se a música por uma rapper negra feminina a ficar por mais tempo na parada desde Bodak Yellow da Cardi B em 2017. A música empatou com Fancy de Iggy Azalea e Charli XCX como música que ficou por mais tempo na parada por uma rapper feminina, sendo Fancy por 7 semanas consecutivas. Em 2 de novembro Lewis Capaldi surgiu com Someone You Loved tomando o primeiro lugar de Truth Hurts.

Em 19 de abril de 2019 Lizzo lançou seu primeiro álbum major-label e terceiro álbum de estúdio – se contarmos os lançamentos antigos independentes – Cuz I Love You. O álbum conta com colaborações de Missy Elliott e Gucci Mane. O álbum foi recebido muito bem pela crítica garantindo seus 84 pontos no Metacritic baseado em 24 reviews e sendo considerado “aclamação mundial”. Debutou em #4 na Billboard 200 por mais de 41k vendas e permaneceu por 15 semanas no top 10 desde seu lançamento. Em 7 de setembro o álbum alcançou quarta posição na parada. Já em vendas, o álbum foi certificado de Ouro em países como Brasil e Canadá, Prata no Reino Unido e Platina nos Estados Unidos por mais de 1 milhão de cópias vendidas.

Em 2019 Lizzo também fez alguns trabalhos cinematográficos. Seu primeiro trabalho foi dando voz a personagem Lydia na animação UglyDolls (Altamente Imperfeito), uma animação musical que trata sobre aceitar as diferenças. O filme também conta com vozes de Emma Roberts, Nick Jonas, Janelle Monáe e Bebe Rexha. Teve lançamento no dia 16 de maio de 2019.

Ainda no mesmo ano, alguns meses depois em 5 de dezembro, estreava Hustlers, o primeiro filme com participação de Lizzo. No papel de Liz, ela intepretou uma das strippers do clube de swing. O filme retratou uma história verídica de um artigo publicado em 2016 pela jornalista Jessica Pressler intitulado “The Hustlers at Scores” e publicado pelo New York Magazine sobre um grupo de strippers de Nova Iorque que armavam golpes contra seus clientes. O filme foi estrelado por Constance Wu, Jennifer Lopez, Lili Reinhart, Keke Palmer. Julia Stiles e Cardi B.

No dia que gravei as cenas pro filme eu estava passando muito mal, lá mesmo no lugar da gravação um médico me deu uma injeção de B12 na bunda. Eu estava morrendo de frio e tremendo, e aí quando me chamaram eu simplesmente removi meu cobertor de cima de mim revelando minha roupa de stripper e fui lá sensualizar no pole dance. Sobre a JLo, não tem muita novidade pra eu contar sobre ela, tudo o que vocês já conhecem dela é o que ela mostra, eu acho que uma coisa bem legal foi que todos nós no set tivemos a liberdade de improvisar, ela criou um ambiente muito agradável.

Neste ano (2020) Lizzo concorreu ao GRAMMYs. Truth Hurts concorreu em Gravação do Ano, Música do Ano e Melhor Performance Pop Solo, e levando pra casa esta última indicação. O álbum Cuz I Love You concorreu em Álbum do Ano e Melhor Álbum Urbano Contemporâneo, levando apenas nesta última categoria.

Lizzo com seus três Grammys: Melhor Performance Pop Solo, Melhor Performance Tradicional R&B, Melhor Álbum Urbano Contemporâneo.

 

Além disso, a cantora recebeu 6 indicações ao NAACP Image Awards 2020 em Artista do Ano, Vídeo Clipe do Ano (Juice), Melhor Álbum (Cuz I Love You), Melhor Artista Feminina, NAACP Image Award for Outstanding Song – Traditional (Jerome) e Canção Contemporânea por Excelência (Juice) levando pra casa dois prêmios (Artista do Ano e Melhor Vídeo Clipe). NAACP Image Awards é uma premiação concedida anualmente, desde 1970, pela Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor para os afro-americanos mais influentes do cinema, televisão e música do ano.

Lizzo conquistou muitos feitos num período de apenas um ano, um acúmulo de mais de 10 anos de trabalho duro e dedicação a música. Lizzo se mostrou um “marco” na indústria e ainda tem muito mais a mostrar!

 

Biografia feita pela equipe LBR | Informações retiradas de entrevistas.